segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Final(mente)

Eis-me presa á memória escura
dos teus olhos,
das palavras que nunca me disseste
e das recordações que não tive.
O prazer que tenho 
em coleccionar contrariedades
ganha todas as batalhas.
Inventa a verdade.
Faz de conta que nunca foste,
finge que nunca irás.
Talvez o tempo
me tenha roubado o talento,
talvez a vida
me tenha apagado o destino.
E vou vivendo,
na constante repetição
do ontem.
Vai, vai-te daqui
silhueta manhosa
que não me deixas existir
sem esperanças e ambições.
Prometes-te mil e um mundos
mas a guerra está perdida, final(mente).

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