sábado, 21 de maio de 2011

Já não(...)

Já não crio palavras,
como dantes.
Reutilizo umas quaisquer,
não importa mais.

Já não resgato pensamentos
do esquecimento.
Já não luto contra os meus sonhos,
esses sim são a minha essência.
Agora sou realista,
deixei a escrita de fantasia no passado.
Tornei-me numa pessoa comum,
pelo menos por agora.
Faz-me bem não sofrer
com tudo o que antes
eram palavras e agora são letras soltas.
Sobrevivo a todas
as escolhas forçadas,
a todas as sombras escondidas
num segredo obscuro.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

filosofias

O tempo passa mas não se ultrapassa.
A felicidade do supremo bem,
pressupõe a libertação do mal.
Quero-te mostrar o caminho,
o sentido para além da morte,
o "aqui e agora" interpretado na nossa língua.
A diferença que nos aproxima,
combate a semelhança que nos torna desinteressantes.
Quero ser imortal,
viver para além da existência,
deixar de ser modelo a seguir,
tornar-me pássaro e voar.
Olho o horizonte,
no ideal da perfeição a eternidade é essencial.
Tudo o que tem um início, o fim atingirá.
Argumentos sem sentido, revelações racionais.
Anseio a igualdade, o fundamentalismo da liberdade.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Prosa vs Poesia

Palavras mudas, ditas na rebeldia do silêncio.
Sem sentido, eu ando e caminho, por entre jardins de espinho e estradas de tortura.
Faço rimar a minha mente com a minha alma.
Ninguém sabe nem ninguém quer saber, a música que me corre no sangue é a mesma que anseio não escrever.
Solto a caneta e deixo-a fluir. E as frases criam-se como desespero contido.
Sou livre, mas não encontro o meu lugar.
Pessoas insignificantes que cantam sorrisos e alegrias.
Mas nessas não coloco esperanças, só estranhas ambições que nem tu, nem eu conseguimos atingir.
A ti, dou-te a prosa, realidade solene.
Para mim deixo a poesia, uma batida escrita, o refúgio dos olhares.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Vocábulos Cansados

Um quarto vazio. Uma porta entreaberta.
Uma alma carregada de ligeiras sombras.
O meu corpo ressaca do toque,
singelo e sincero,
que arrebata com todas as dúvidas.
Uma visão apagada,
por entre o fumo dos pensamentos.
Uma palavra esquecida,
uma frase recordada.
Um sublime olhar,
escondido na expressão.
Manhã de liberdade,
vocábulos cansados, desgastados.
Tira o fôlego á minha respiração,
lenta e complicada.
O tempo não passa,
parei na barra cronológica da minha vida.
E lá fora, faz-se silêncio.
O dia ainda não rompeu,
e este vício tira-me o sono.
A palavras parecem gastas.
Depois de muito uso, perdem todo o significado.